OPINIÃO | É o momento de o futuro ser decidido por todos 676c13

O modelo tradicional de uma escola formatada, pronta, já não faz sentido para as crianças e jovens 4v1f4a

por João Cury Neto* 5b2a3g

Escola Estadual Quilombola Maria Antônia Chules, no Vale do Ribeira; Escola Estadual Aldeia Indígena Tekoa-Porã, em Itaporanga; Escola Estadual Arthur Ribeiro, no Pontal do Paranapanema; e Escola Estadual Rodrigues Alves, na Avenida Paulista, em um dos metros quadrados mais caros da América do Sul.

Ao assumir a educação, deparei-me com essa diversidade e gigantismo que só a rede estadual de São Paulo possui. E como fazer educação com tantas adversidades? Eu tenho a resposta: com diálogo. Nada o substitui.

Por determinação do governador Márcio França, assim que assumi a Secretaria da Educação não fiquei sentado no gabinete. Em 70 dias, a equipe de coordenadores desta pasta e eu percorremos todo o Estado e nos reunimos com mais de 15 mil pessoas. Fizemos 15 encontros, as “reuniões de polo”, que contemplam as 91 diretorias regionais de ensino, núcleos ligados à secretaria.

Começávamos as conversas às 8h da manhã e terminávamos às 8h da noite. Dialogamos com as lideranças políticas, sindicatos, grêmios estudantis e servidores da educação. Com eles, senti que valorizar e investir é importante, mas a percepção que se destacou foi a da falta de confiança na capacidade do Estado em prover o que é preciso.

A partir daí criamos um pacote de ações para atender às demandas imediatas da rede paulista, com investimento estimado de R$ 430 milhões, que inclui a nomeação de mais de 2 mil professores e 800 servidores de apoio e conseguimos autorização para um novo concurso com 15 mil vagas para o magistério.

Aprovamos na Assembleia o projeto de lei para a redução da quarentena para contratação de docentes temporários. Também retomamos as provas de promoção e progressão da carreira.

Em parceria com as prefeituras, ampliamos a formação de professores com mais de 600 municípios. Priorizamos também a primeira infância, inaugurando 47 novas unidades do Programa Creche Escola, para mais de 7 mil crianças. E deixaremos pronto, para implementar a partir de 2019, o novo Currículo Paulista, construído de forma participativa e que atenderá a etapa do ensino fundamental de toda a educação do Estado.

Para os estudantes, nosso principal propósito, iniciamos o Programa Cultura Ensina, que levou cerca de 150 mil alunos a teatros e museus. E criamos o Orçamento Participativo Jovem. É a primeira vez na história de São Paulo que o governo coloca R$ 25 milhões nas mãos dos grêmios estudantis para que eles decidam onde investir dentro da escola. Cada projeto recebeu R$ 5 mil, e os resultados são inspiradores.

Porém, logo no início da minha gestão, quando anunciei que os jovens participariam da deliberação do orçamento, especialistas ligados à educação trataram pais e alunos – e até professores – como ignorantes. Há muita gente que tem horror a dar poder de decisão a esses três grupos, que, sim, são quem mais entende de educação.

É evidente que empoderar não é sinônimo de dar apenas o dinheiro. É dar voz. E essa decisão, na área da educação, precisa ser dividida entre o poder público e as famílias. Ao Estado cabem inúmeras responsabilidades, e fugir delas deve ser impensável a quem ocupa um cargo no Executivo. No entanto, beira a insensatez tutelar pessoas, como se elas não soubessem o que é melhor para si ou seus filhos, com decisões de dentro de gabinetes.

Encerrando o ano, conseguimos antecipar pela primeira vez na história a divulgação dos resultados do Saresp, avaliação que mostra a evolução dos nossos alunos nas três etapas de ensino. Foi o maior avanço do ensino médio nos últimos três anos.

Uma conquista enorme, mas precisamos ir mais longe. O modelo tradicional de uma escola formatada, pronta, já não faz sentido para as crianças e jovens, para os professores, para as famílias. É hora de unir boas ideias e bons exemplos já concretizados sobre os anseios de quem diariamente pisa o chão da escola. É o momento de o futuro ser decidido por todos.

*João Cury Neto é secretário estadual da Educação e ex-prefeito de Botucatu. Artigo originalmente divulgado no site oficial do Governo do Estado de São Paulo.

Mais notícias 16m4y

Falha em sistema de freio provoca colisão entre caminhões

Falha em sistema de freio provoca colisão entre caminhões h4m6j

Entenda o que é a “dose zero” contra o sarampo, anunciada para bebês

Entenda o que é a “dose zero” contra o sarampo, anunciada para bebês 24z1f

Mega-Sena acumula novamente e prêmio vai para 100 milhões

Mega-Sena acumula novamente e prêmio vai para 100 milhões 5j476m

Botucatu receberá curso gratuito de Gestão em Logística

Botucatu receberá curso gratuito de Gestão em Logística 2b1930