Após 50 dias de luta, não somos uma ilha! m5j5v
Em Botucatu tivemos um crescimento de quase 30% dos votos em Ninguém das eleições 2012 para 2016 3t28
por Daniel de Carvalho*
Que luta e quantas vitórias tivemos dia a dia nestes 50 sóis e luas que enfrentamos a fio em nossa caminhada, amigos e amigas. Na pré-campanha e na campanha em si, com muita política corpo a corpo, empatia com cada história escrita no cotidiano do dia a dia, vimos o crescimento da aceitação de nossa proposta, e nas urnas colhemos o resultado das sementes que foram plantadas em Botucatu e em todo Brasil.
Nas eleições em São Paulo e no Rio de Janeiro as urnas mostraram que os votos em Ninguém – ausentes, brancos e nulos – somaram mais votos do que os líderes nas urnas. No Rio de Janeiro o PSOL 50 está no segundo turno com Marcelo Freixo, deputado estadual representado no filme “Tropa de Elite” no personagem de Fraga, combatente contra as milícias cariocas, enquanto que na capital paulista o pleito se resolveu em um único turno. Em Sorocaba o deputado estadual Raul Marcelo do PSOL também vai disputar o segundo turno com grande aceitação e em defesa do diálogo com a população. Nas três cidades o mais votado foi Ninguém. Em Belém, onde também disputaremos o segundo turno com Edmilson Rodrigues, deputado federal, Ninguém apareceu em terceiro colocado.
Em Botucatu tivemos um crescimento de quase 30% dos votos em Ninguém das eleições 2012 para 2016. A indignação com a política está clara, a não aceitação dos velhos políticos está consolidada. O PSOL em Botucatu manteve a porcentagem de apoio estável da última eleição para esta, mas acompanhando o resultado dos demais concorrentes no cenário municipal e nacional, vemos que o fortalecimento da política reacionária e controladora carimbou as eleições em todo Brasil.
O grande vencedor das eleições municipais foi a proposta de centralização de poder e exclusão do diálogo, a aversão ao oposto ou qualquer empatia por um debate construtivo se refletiu em votos, por um lado concentrando os votos da direita conservadora na chapa que mais investiu dinheiro em propaganda, e por outro ampliando o número de indignados que votaram em Ninguém, não se identificando com as propostas apresentadas.
Não somos uma ilha, Botucatu não está fora do gráfico nacional quando analisada as sementes colhidas nesta lavoura que teve muita seca, racionamento e corte na produção de novos polos de debate político ou laços entre o cidadão e o diálogo sobre as alternativas possíveis para nossa cidade. Condicionados ao clima árido e seco representado tanto pelos políticos eleitos nesta gestão que se encerra quanto pela maioria dos que buscaram se reeleger, mudando de legenda ou perdendo sua identidade partidária, a direita cumpriu seu papel publicitário na construção de um trabalho de anos com a apresentação de sua proposta como a solução para a crise que divulgaram nos últimos 3 anos.
O PSOL 50 segue a luta do dia a dia em defesa do cidadão, dos direitos e da descentralização do poder para que não haja mais política de bastidores ou qualquer família excluída das decisões em seu bairro, em sua vida. Somos um partido necessário e vimos o trabalho pedagógico construído nos 50 dias de caminhada refletido na urna com votação muito animadora da juventude, a construção de uma militância muito sólida, e filiações que vão acrescentar muita força e conhecimento à luta em nossa cidade. Não estávamos sós, mas sim espalhados e agora nos unimos para seguir na oposição programática por uma agenda política transparente e inclusiva. Enquanto houver luta, há esperança, e seguiremos juntos, agora ainda mais fortes e confiantes de estarmos no caminho certo.
*Daniel de Carvalho. Publicitário, Conselheiro da Cultura e Secretário de Comunicação do PSOL Botucatu.
